Neuza Gouveia da Silva do Amaral nasceu no dia 01 de Agosto de 1930 em São José do Barreiro, município paulista do vale do Paraiba, próximo à divisa com o Rio de Janeiro. Suas primeiras novelas foram na TV Excélsior em São Paulo, mas foi na TV Globo do Rio que ela teve seus grandes momentos.
Uma das atrizes preferidas de Janete Clair, que escreveu para ela grandes personagens, Neuza Amaral deu vida à Índia Nara de Fogo Sobre Terra, uma das mais fortes personagens já criadas na televisão brasileira.
De família
humilde, os pais se separaram quando ela ainda era criança e sua mãe foi ser
cozinheira na cidade do Rio de Janeiro. Graças à ajuda de um amigo, sua mãe
conseguiu matriculá-la na Escola SOS, no bairro do Rio Comprido, onde estudou. Começou a trabalhar aos 12 anos, entregando marmitas e depois como datilógrafa na ECOR, uma empresa de construção que a transferiu para a filial de São Paulo, onde
um dos funcionários, Paulo Ribeiro, trabalhava na Rádio América e a apresentou ao advogado e
também apresentador Blota Júnior, que a levou para a Rádio Record.
Na
televisão, começou em 1953, na TV Record, atuando como garota propaganda e casou-se
um ano depois com Erik, um dos iluminadores da emissora, pai de seu único filho, Pylyp, nascido em 1955.
Depois
de 10 anos na TV Record, Neuza Amaral foi para a TV Excelsior , onde participou da primeira
telenovela diária da televisão, 2-5499
Ocupado, em 1963, ao lado de Tarcísio Meira e Glória Menezes. Seguiram-se
outros sucessos na emissora e em 1967,
de volta ao Rio, foi trabalhar na TV
Globo, estreando na novela A Sombra de
Rebecca, ao lado de Carlos Alberto e Yoná Magalhães.
Na emissora carioca, consolidou personagens memoráveis como a
primeira grande vilã da televisão, a Veridiana Albuquerque Medeiros, da novela A Grande Mentira, de 1968. A partir de
1969, integrou o elenco de várias novelas de Janete Clair: Sangue e Areia, Véu de Noiva; Irmãos
Coragem, O Homem que deve Morrer, Selva de Pedra, Fogo Sobre Terra; Bravo!,e Duas Vidas, sempre em personagens de grande destaque. Também deu vida à determinada Maria Clara, na
novela Os Ossos do Barão, de Jorge
Andrade, que lhe rendeu o Troféu APCA de melhor atriz; e teve destacados papéis
na primeira versão de Cabocla; O Pulo do
Gato; Sinhá Moça, Plumas & Paetês e
Paraíso, todas na década de 1980. Ao todo foram mais de 30 telenovelas,
sendo a última participação completa a novela Brega e Chique, em 1987.
No
cinema, onde estreou em 1967 no filme “A
Lei do Cão”, atuou em cerca de vinte produções, muitas das quais foram grande
sucesso de bilheteria, como Memórias de
um Gigolô, Os Machões, Como É Boa a Nossa Empregada, Amada Amante, Café na
Cama; As Duas faces da Moeda, e Quem Tem Medo de Lobisomem?, da década
de 1970, além de Dedé Mamata e O Que é
Isso, Companheiro?, nos anos 1980.
O
teatro foi o último veículo a entrar na vida da atriz e a estreia foi num
grande sucesso, a comédia Frank Sinatra 4815, de João Bethencourt. Em seguida
emplacou outros sucessos nos palcos, em peças como Check-Up, A Festa, Dois na Gangorra, Um Tigre no Banheiro, Loucuras na Cobertura, entre outras. Também atuou em shows, como Quando Você me Ouvir cantar; Um Pouco de Todos Nós e Amor no Encontro e no Desencontro.
Foi
trabalhando nos shows que ela conheceu o músico Sérgio Bittencourt, que era
hemofílico e da grande amizade que os uniu surgiu seu interesse em lutar pela
causa dos hemofílicos.
Em 1989, Neuza Amaral foi eleita vereadora na cidade do Rio de Janeiro e após o
mandato trabalhou como assessora especial do prefeito César Maia, onde realizou
um grande trabalho de assistência social à população carioca. Também candidatou-se ao cargo de Deputada Estadual em 1994, mas apesar da boa votação recebida, não se elegeu.
Em virtude dos
compromissos na política, se afastou, gradativamente, dos trabalhos na
televisão, limitando-se a pequenas participações em novelas e dedicando-se mais ao teatro.
Durante mais de 10 anos manteve a coluna "As Dicas de Neuza Amaral" nos jornais O Mundo Português e Portugal em Foco, amos voltados à comunidade lusa do Rio de Janeiro.
Lançou
dois livros de memórias, Deixa Comigo,
cuja renda foi revertida para o Lar de São Francisco, asilo de idosos de
Araruama, e Isso Eu Vivi, de 2012,
onde destacou a sua trajetória na televisão, as passagens pela política
brasileira, a conversão ao judaísmo, a luta pela hemofilia e pelos direitos dos
idosos.
A
batalhadora e aguerrida Neuza Amaral morreu no dia 19 de abril de 2017, na
cidade do Rio de Janeiro, aos 86 anos, após sofrer uma embolia pulmonar.
Neuza Amaral foi uma das maiores atrizes brasileiras de todos os tempos e também uma grande mulher. Fica aqui registrado o meu carinho e admiração!
Boas tardes:
ResponderExcluirLegal o blog!
Principalmente homenageando esta baita atriz...
E ela era bonita mesmo_e ainda continua.
Então ela reside em ARARUAMA - Região dos Lagos (RJ); conheço aquela região...tinha casa lá perto quando residia no RJ!
Inclusive lembro de uma cena que ela fez numa novela (RAINHA DA SUCATA?)_onde ela aparecia em trajes menores (risos); tal cena foi filmada numa escola da cidade - chamado SÃO VICENTE DE PAULO (tive uma prima que lá estudou)...
Vi que gostas de tv/coisas antigas, eu também: eram grandes produções mesmo.
E em relação à YONÁ MAGALHÃES: vi que és fã dela, até seu neto foi meu colega num colégio por algum tempo.
Seria isso.
Tchau,
Rodrigo Rosa
http://rodrigo-arte.blogspot.com/
Obrigado pela visita Roberto Rosa.
Excluirabs - orias
Como gostava de um Garotao na noite.
ResponderExcluirObrigada por nos fazer relembrar da época de ouro da TV e poder saber mais da vida desses grandes artistas.
ResponderExcluirA TV hoje em dia não se aproveita mais nada. Eu odeio a agenda que que eles querem empurrar goela abaixo para desestabilizar às famílias.
Então mais e mais as pessoas estão deixando de assistir TV e aos poucos acho que só vão restar as memórias mesmo.