quinta-feira, 30 de novembro de 2023

ELEONOR BRUNO A GRAÇA QUE CONQUISTOU CORAÇÕES

 Atriz e cantora lírica, conhecida na intimidade como Nonoca e membro de uma família totalmente dedicada à arte, ela inspirou a paixão de um grande dramaturgo e se destacou pela graça e enorme carisma. 

 Eleonor Bruno Xavier nasceu na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, no dia 6 de outubro de 1913.

Mãe da atriz Nicette Bruno, avó das atrizes Bárbara Bruno e Beth Goulart e do ator Paulo Goulart Filho e bisavó da atriz Vanessa Goulart.

Antes de abraçar definitivamente a carreira artística, Eleanor foi ginecologista-obstetra no Hospital São João Batista, no Rio. Iniciou sua carreira cantando em espetáculos amadores beneficentes e chegou a cantar árias como “La Bohème”, no Cassino Copacabana Palace.

No Teatro, estreou em 1947, nos espetáculos “Já é Manhã no Mar” e “O Ás de Ouro”. Em 1948, Eleonor, chamada pelos íntimos de Nonoca, conheceu Nelson Rodrigues, quando levava a filha Nicette, então com 13 anos, para o Teatro Phoenix, no Rio de Janeiro. Era a estréia da peça “Anjo Negro”. Ela estava separada do marido e eles tiveram um romance que durou 2 anos.

Foi para Eleonor que Nelson Rodrigues escreveu a peça “Dorotéia”, que estreou no mesmo Teatro Phoenix, em março de 1950.

Depois vieram as peças “Senhorita Minha Mãe”; “Ingenuidade”; “Os Amantes”; “Ladrão Por Engano”; “O Enterro de Carolina”; “Os Últimos”; “Dona Rosita, a Solteira”; “O Prisioneiro da Segunda Avenida” e “Os Efeitos dos Raios Gama nas Margaridas do Campo”. Também integrou o elenco dos sucessos "Week End", dirigida pelo então estreante Antunes Filho, e “Casal Classe Média, Televisão Quebrada”, de 1978, protagonizada por Nicette e  Paulo Goulart.

Na Televisão, Eleonor Bruno estreou em 1956, no “Teatro de Comédia Piraquê”, na TV Tupi, participando depois do “Teatro de Variedades” e do “TV de Comédia”. Posteriormente, na TV Continental do Rio de Janeiro, fez o “Teatro de Ontem” e o “Teledrama Continental”.

Presente nas novelas a partir de 1968, integrou o elenco da histórica “Beto Rockfeller”, da TV Tupi, seguida por  “João Juca Jr.”; “A Gordinha”; “Toninho on the Rocks”; “O Preço de um Homem”; “Bel Amy”; “A Volta de Beto Rockfeller”; “Um Dia, o Amor” e “Papai Coração”, novela que tinha no elenco a filha Nicette, o genro Paulo Goulart e os netos.

No Cinema, foram apenas dois trabalhos: “Dona Violante Miranda”, em 1960 e “A Marcha” em 1972.

Em 2002, sua neta, Beth Goulart, estreou a peça “Dorotéia Minha”, baseada nas cartas e bilhetes escritos por Nelson Rodrigues a Eleonor. O espetáculo começava com a seguinte fala: “Esta peça é inspirada numa história verdadeira, de um amor profundo e arrebatador”. Foi um grande sucesso!

Eleonor Bruno faleceu no dia 24 de dezembro de 2004, no Rio de Janeiro aos 91 anos de idade.

Eleonor Bruno

Eleonor Bruno

Eleonor Bruno

Eleonor Bruno e Nicette Bruno

Eleonor Bruno com Paulo Goulart e Nicette Bruno

Eleonor Bruno com a família

Eleonor Bruno com a família

Eleonor Bruno com a bisneta Vanessa


Eleonor Bruno com a família

Eleonor Bruno com a família

Teatro dos Estudantes: Pernambuco de Oliveira, Sergio Britto, Nicette Bruno, Nilson Pena, Eleonor Bruno, Jorge Cherques, Fernando Pamplona

Eleonor Bruno, Elisio de Albuquerque, Paulo Goulart e Nicette Bruno na peça Week-End



Eleonor Bruno com Paulo Goulart e Nicette Bruno na peça Ingenuidade

Eleonor Bruno, Bárbara Bruno, Nicete Bruno e Beth Goulart na peça Os Efeitos do Raio Gama nas Margaridas do Campo


Eleonor Bruno e Paulo Goulart na peça Dona Rosita, a Solteira

Eleonor Bruno (à dir) com Nicette Bruno e Paulo Goulart  na peça Dona Rosita, a Solteira

 

Eleonor Bruno com Luis Gustavo, Irene Ravache e Jofre Soares em Beto Rockfeller (TV Tupi, 1968/69), novela de Braulio Pedroso

Eleonor Bruno com Paulo Goulart e Nicette Bruno num teleteatro da TV Cultura

Eleonor Bruno com o autor Braulio Pedroso e parte do elenco de Beto Rockfeller

Eleonor Bruno, Plínio Marcos, Marilu Martinelli, Rui Resende e Ziembinski em João Juca Jr (TV Tupi, 1969), novela de Sylvan Paezzo

Eleonor com Nicette Bruno em A Gordinha (TV Tupi, 1970), novela de Sergio Jockymann

Eleonor com Ana Rosa, Antônio Marcos e Silvana Lopes em Toninho On The Rocks (TV Tupi, 1970), novela de Teixeira Filho

Eleonor Bruno com Luis Gustavo em A Volta de Beto Rockfeller (TV Tupi, 1972), novela de Braulio Pedroso

LeonorBruno com José Augusto Branco em Uma Rosa Com Amor (TV Globo, 1972/73), novela de Vicente Sesso

Eleonor Bruno e Renato Restier em Um Dia, o Amor (TV Tupi, 1975/76), novela de Teixeira Filho

Paulo Goulart, Nicette Bruno, Bárbara Bruno, Kiko de Michelli, Paulo Goular Filho, Beth Goulart e Eleonor Bruno em Papai Coração (TV Tupi, 1976), novela de José Castellar


Fotos - acervo de Orias Elias - revistas Amiga (Bloch Editores), Contigo (Editora Abril), Sétimo Céu (Bloch Editores), Romântica (Editora Vecchi), Melodias (Editora APA), Manchete (Bloch Editores), Cartaz (Rio Gráfica e Editora SA), Intervalo (Editora Abril), Ilusão (Editora Abril), O Cruzeiro (Diários Associados), Jornais Diário de São Paulo, Folha de São Paulo, Imprensa Oficial, Blog REVISTA AMIGA & NOVELAS (Césio Gaudereto), site TV Globo, Site Canal Viva, Cedoc (TV Globo), Banco de Conteúdos Culturais (www.bcc.org.br), Site Funarte,  sites diversos da Internet

 


segunda-feira, 27 de novembro de 2023

MADALENA NICOL A FUNDADORA DO TBC QUE BRILHOU EM LONDRES

 Magdalena Mendes Cajado, em artes Madalena Nicol nasceu em São Paulo no dia 25 de dezembro de 1919. Foi um dos grandes nomes do teatro brasileiro nas décadas de 1940 e 1950. Sobrinha-neta do presidente brasileiro Prudente de Morais, foi educada em um convento antes de estudar Direito na Universidade de São Paulo, planejando seguir os passos do pai advogado. No entanto, seu interesse superou esse desejo e ela se tornou cantora, cantando canções folclóricas brasileiras. Como cantora ela se apresentou na Casa Branca para o presidente Franklin Roosevelt, além de fazer turnês por Paris e Nova York.

Com pouco mais de 20 anos, desquitada de um escocês de quem teve dois filhos e adotou o sobrenome, Madalena Nicol, ao lado do crítico teatral Décio de Almeida Prado e do teatrólogo Abílio Pereira de Almeida, ajudou a fundar em São Paulo, em 1948, o legendário TBC – Teatro Brasileiro de Comédia. A primeira peça que dirigiu foi ‘Ingenuidade’, com Cacilda Becker, a principal atriz da Cia, no papel principal. Tempos depois disso, Cacilda ficou grávida e Madalena passou a estrelar todos os espetáculos do TBC, o que não agradou a Cacilda, que, segundo Madalena,  se movimentou nos bastidores para afastá-la da Cia em fins de 1949.

Durante os cinco anos seguintes Madalena trabalhou em outras companhias, fundou seu próprio grupo e criou uma escola de arte. Nesse período, foi  também uma das primeiras atrizes a estrelar teleteatros na TV Tupi e ainda dirigiu os teleteatros “Antes do Café” e “A Voz Humana”. Em 1952 ela se transferiu para a TV Paulista e criou o Teatro Madalena Nicol, que ficou no ar até meados da década de 1950.

Em 1954 viajou para a França, onde estudou e trabalhou com Jean-Louis Barrault (1910-1994). Mais tarde, passou a viver em Londres, onde estreou com “Yerma” (1957), de García Lorca, no Art Theatre. A partir de então trabalhou e estudou com os professores da reputada Royal Academy of Dramatic Art.

Madalena só voltou ao Brasil em 1969 e aos poucos foi retornando aos palcos brasileiros. Em 1970, atuou em  “Macbeth” com Paulo Autran, seu velho amigo, a quem dirigira na peça “Esquina Perigosa”, em 1947, no Teatro Municipal de São Paulo. Também com Paulo Autran atuou em “Assim É, Se lhe Parece”, de Luigi Pirandello, em 1971.  Em 1973, produziu e dirigiu “O Carrasco do Sol”, de Peter Schaeffer e conheceu o sabor do fracasso. “Perdi tudo o que tinha e o que não tinha.”, disse ela. Nos anos seguintes, atuou “O Jogo do Poder”, com Sérgio Mamberti, em 1974; “O Duelo”, com Cláudio Marzo,  em 1975; e “Concerto n° 1 para Piano e Orquestra”, ao lado de Regina Duarte, em 1976. Nenhum desses trabalhos, no entanto, a deixou feliz.

Em 1977, estreou um espetáculo didático, onde aparecia sozinha interpretando trechos de Shakespeare, poemas de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, e um monólogo de Eugene O’Neill.

Tendo vivido e trabalhado durante dois anos em Paris e quinze anos em Londres, entre 1954 e 1971, Madalena era  reconhecida no exterior e em maio de 1978, foi para os Estados Unidos,  convidada para dirigir duas peças e para lecionar em Houston, no Texas.

A grande atriz Madalena Nicol morreu em  São Paulo no dia 6 de novembro de 1996, aos 76 anos de idade.


 

Madalena Nicol

 
Madalena Nicol

Madalena Nicol

Madalena Nicol

Madalena Nicol

Madalena Nicol

Madalena Nicol
 
Madalena Nicol com Sérgio Britto na peça O Atentado

Madalena Nicol com Sérgio Britto na peça O Atentado

Madalena Nicol com Sérgio Britto na peça O Atentado

 Madalena Nicol e Luiz Linhares na peça Pancada de Amor

Madalena Nicol com Sérgio Britto e Luiz Linhares na peça Pancada de Amor

Madalena Nicol com Sérgio Britto e Luiz Linhares na peça Pancada de Amor

Madalena Nicol com Sérgio Britto e Luiz Linhares na peça Pancada de Amor

Madalena Nicol com Sérgio Britto na peça Pancada de Amor

Madalena Nicol com Sérgio Britto na peça Pancada de Amor

Madalena Nicol com Sérgio Britto na peça Electra e Seus Fantasmas

Madalena Nicol com Sérgio Britto na peça Electra e Seus Fantasmas

Madalena Nicol com Sérgio Britto na peça Electra e Seus Fantasmas

Madalena Nicol com Sérgio Britto na peça Electra e Seus Fantasmas

Madalena Nicol com Luiz Linhares e Sérgio Britto na peça Electra e Seus Fantasmas

Madalena Nicol com Sérgio Britto e Xandó Batista na peça O Atentado
 
MadalenaNicol, Célia Biar e Mílton Ribeiro na peça Arsênico e Alfazema (TBC-1949)

MadalenaNicol, Cacilda Becker, Mílton Ribeiro e Célia Biar na peça Arsênico e Alfazema (TBC-1949)


MadalenaNicol e Paulo Autran na peça Só Porque Você Quer (1971)

Brett Cullen, Elizabeth Fleming, Madalena Nicol na peça The Seagull, apresentada no Teatro Worhtham, na Universidade de Houston - Estados Unidos em 1979

Madalena Nicol com Claudio Marzo na peça O Duelo

Madalena Nicol com Dionísio Azevedo, Claudio Savietto, Eduardo Andrews, Regina Duarte, Liana Duval, Maria Ylma, Umberto Magani e Aizita Nascimento na peça Concerto Número 1 Para Piano e Orquestra (1976)

Madalena Nicol



Fotos - acervo de Orias Elias - revistas Amiga (Bloch Editores), Contigo (Editora Abril), Sétimo Céu (Bloch Editores), Romântica (Editora Vecchi), Melodias (Editora APA), Manchete (Bloch Editores), Cartaz (Rio Gráfica e Editora SA), Intervalo (Editora Abril), Ilusão (Editora Abril), O Cruzeiro (Diários Associados), Jornais Diário de São Paulo, Folha de São Paulo, Imprensa Oficial, Blog REVISTA AMIGA & NOVELAS (Césio Gaudereto), site TV Globo, Site Canal Viva, Cedoc (TV Globo), Banco de Conteúdos Culturais (www.bcc.org.br), Site Funarte,  sites diversos da Internet