quinta-feira, 10 de julho de 2025

CLÉA SIMÕES A DAMA INJUSTIÇADA

Cléa Simões

Ela construiu uma longa carreira na televisão, teatro e cinema, mas poucas vezes teve seu talento reconhecido. Seu papel mais importante foi a Mamãe Dolores na segunda versão da novela O Direito de Nascer, de 1978, na TV Tupi. 

Esther Taitt Alexander, filha de pai norte-americano e mãe de Barbados, nasceu em Belém do Pará, no dia 04 de janeiro de 1927.

Sua avó trabalhava na casa de um padre inglês, que em vez de chamá-la de Esther, resolveu chamá-la de Clare, quando a batizou. Cléa foi o apelido natural de Clare.

Ela demonstrou aptidão artística ainda na sua cidade natal, onde participou de concursos de dança. Com a mãe, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde tornou-se uma das pastoras da Portela, escola de samba da qual fez parte até o final de sua vida.

No Rio, Cléa conheceu Abdias do Nascimento, do Teatro Experimental do Negro (TEN), que a levou para substituir uma atriz que ficara doente, na legendária montagem de Orfeu da Conceição, de 1956. A atriz seguiu em pequenos papéis, até Maria Clara Machado dar-lhe sua grande chance na peça Do Mundo Nada Se Leva (1959). Embora não tenha sido muito bem sucedida, a peça chamou a atenção de produtores norte-americanos e Cléa foi convidada para integrar o elenco do filme Mistério na Ilha de Vênus (Macumba Love), uma produção de terror estrelada por Ruth de Souza.

Nos anos 1960, ela continuou trabalhando no teatro, em peças como Mister Sexo, Pindura Saia e Pobre Menina Rica, escrita por Carlos Lyra e Vinícius de Moraes. Lyra gostou tanto de seu desempenho, que escreveu um espetáculo para Cléa apresentar em boates, como cantora. Outra atuação importante da sua carreira foi em As Feiticeiras de Salém, estrelada por Eva Wilma. No teatro, Cléia Simões ainda brilhou em Frank Sinatra 4815,com Paulo Gracindo;  Balbina de Iansã, com Yoná Magalhães; Orfeu Negro; e Tupã- a Vingança, com Lucélia Santos em 1985.

 A partir de 1969 e durante toda a década de 1970 teve boas oportunidades em filmes como Em Compasso de Espera, Como É Boa Nossa Empregada, Costinha, o Rei da Selva; Ladrões de Cinema, A Deusa Negra e O Coronel e o Lobisomen. Nos anos 1990 participou de Menino de Engenho e do filme italiano Noites Malditas. Depois, no ano 2000, fez Sabor da Paixão, produção norte-americana estrelada por Penélope Cruz.

A estreia de Cléa Simões na televisão aconteceu no ano de 1966, no Grande Teatro Tupi. No mesmo ano, contratada pela Rede Globo, viveu a empregada de Yoná Magalhães na novela Eu Compro Esta Mulher.

A partir daí, seguiram-se várias atuações em novelas como A Rainha Louca, Uma Rosa Com Amor, Senhora, Sem Lenço, Sem Documento e, com destaque, a doce Mamãe Dolores no remake de O Direito de Nascer, da TV Tupi, em 1978.

Nas três décadas seguintes, atuou em obras como Os Gigantes, Meu Destino é Pecar, Livre Para Voar, Desejo, Deus nos Acuda, Fera Ferida, Quem é Você?, A Guerra dos Pinto e Laços de Família, onde interpretava a governanta da família de Miguel, personagem de Tony Ramos. A novela Coração de Estudante, de 2002, foi seu último trabalho na televisão.

Cléa Simões foi casada com Severino Antônio de Andrade e teve 4 filhos. A atriz faleceu no dia 24 de fevereiro de 2006, no Rio de Janeiro, aos 79 anos de idade e embora, injustamente, não tenha merecido maiores oportunidades na televisão, marcou presença como uma atriz muito séria, que valorizava ao extremo suas personagens, por menores que elas fossem. Aqui um pouco de sua trajetória.



Cléa Simões

Cléa Simões

Cléa Simões

Cléa Simões

Cléa Simões e Yoná Magalhães, amigas desde os anos 1960

Cléa Simões com  o autor Teixeira Filho, a autora Carmem Lídia e o ator Aldo César


Cléa Simões (no centro) com a equipe da peça Orfeu Negro

Cléa Simões com Ítalo Rossi e Eva Wilma  na peça As Feiticeiras de Salém

Cléa Simões com Yoná Magalhães na peça Balbina de Iansã

Cléa Simões na peça Pindura Saia (1967)

Cléa Simões com Henriette Morineau e Dilma Lóes na peça Frank Sinatra 4815

Cléa Simões com Jacqueline Lawrence, Rubesn de Falco e Lucélia Santos na peça Tupã

Cléa Simões no filme Noite Maldita

Cléa Simões no filme Como é Boa a Nossa Empregada

Cléa Simões com Yoná Magalhães na novela Eu Compro Esta Mulher (TV Globo, 1966)

Cléa Simões com Yoná Magalhães na novela Eu Compro Esta Mulher


Cléa Simões com Felipe Carone na novela Bandeira 2 (TV Globo, 1972)

Cléa Simões com Felipe Carone na novela Bandeira 2 

Cléa Simões com Felipe Carone na novela Bandeira 2 

Cléa Simões na novela Senhora  (TV Globo, 1975)

Cléa Simões com Aracy Cardoso na novela Vejo a Lua no Céu (TV Globo, 1976)

Cléa Simões na novela Vejo a Lua no Céu

Cléa Simões na novela Vejo a Lua no Céu
Cléa Simões na novela Vejo a Lua no Céu

Cléa Simões com Carlos Augusto Strazzer na novela O Direito de Nascer (TV Tupi, 1978)

Cléa Simões com Carlos Augusto Strazzer na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões com Carlos Augusto Strazzer na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões com Carlos Augusto Strazzer, Beth Goulart e Eva Wilma na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões comCarlos Augusto Strazzer e Eva Wilma na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões com Carlos Augusto Strazzer na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões com Carlos Augusto Strazzer na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões com Eva Wilma na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões com Carlos Augusto Strazzer na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões com Carlos Augusto Strazzer na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões com Carlos Augusto Strazzer na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões com Eva Wilma na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões com Aldo César na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões com Carlos Augusto Strazzer na novela O Direito de Nascer

Cléa Simões na novela Livre para Voar (TV Globo, 1984)

Cléa Simões com Cassia Kiss na novela Fera Ferida  (TV Globo, 1993)

Cléa Simões com Yara Lins na novela Laços de Família  (TV Globo, 2000)

Cléa Simões no filme Essa Freira é Uma Parada





Fotos - acervo de Orias Elias - revistas Amiga (Bloch Editores), Contigo (Editora Abril), Sétimo Céu (Bloch Editores), Romântica (Editora Vecchi), Melodias (Editora APA), Manchete (Bloch Editores), Cartaz (Rio Gráfica e Editora SA), Intervalo (Editora Abril), Ilusão (Editora Abril), O Cruzeiro (Diários Associados), Jornais Diário de São Paulo, Folha de São Paulo, Imprensa Oficial, Blog REVISTA AMIGA & NOVELAS (Césio Gaudereto), site TV Globo, Site Canal Viva, Cedoc (TV Globo), Banco de Conteúdos Culturais (www.bcc.org.br), Site Funarte,  sites diversos da Internet




terça-feira, 8 de julho de 2025

JANDIRA MARTINI COMÉDIA NA VEIA

Ao longo de sua carreira, no teatro e na televisão, ela explorou diferentes funções e possibilidades de atuação, destacando-se por seus papéis cômicos, além de ser responsável pela autoria e direção de espetáculos de teatro de sucesso. 

Jandira Lúcia Lália Martini nasceu em Santos, São Paulo, no dia 10 de julho de 1945. Formou-se em letras pela Universidade Católica de Santos em 1967 e, dois anos depois, finalizou o curso de interpretação pela Escola de Arte Dramática (EAD).

 Ainda que tenha começado a atuar em 1965, na peça “A Crônica”, e participado de diversas peças na segunda metade dos anos 1960, foi a partir de 1970 que sua carreira nos palcos ganhou tração, participando da montagem de “Medéia”, de Eurípides, com direção de Silnei Siqueira, protagonizada por Cleyde Yáconis. Nesse mesmo ano atuou em “A Longa Noite de Cristal”, de Oduvaldo Vianna Filho; e em “O Interrogatório”, de Peter Weiss. Em seguida, vieram as peças “Cândido”, de Voltaire, dirigida por Myrian Muniz e  “Mais Quero Asno que me Carregue que Cavalo que me Derrube”, uma adaptação realizada por Carlos Alberto Soffredini para o texto de Gil Vicente, com direção de Elvira Gentil.

 Em 1974, juntamente com ex-colegas da EAD, fundou o grupo Royal Bexiga's Company, com a encenação de “O Que Você Vai Ser Quando Crescer?,”, uma  criação coletiva conduzida por Silnei Siqueira. Com o grupo, participou ainda de “Ai de Ti, Mata Hari”, outra criação coletiva,  e “Um Ponto de Luz”, com texto e direção de Fauzi Arap.

 Merecem destaque ainda suas atuações nas peças “Ricardo III”, de Shakespeare, encenada por  Flávio Rangel em 1975;  “ Bodas de Papel", de Maria Adelaide Amaral, em 1978; e “O Que o Mordomo Viu”, de Joe Orton, em 1985. Ao todo, Jandira Martini tem seu nome anotado em mais de 40 espetáculos teatrais.

 A partir dos anos 1980, Jandira Martini explorou outras frentes no teatro. Como autora, em parceria com Marcos Caruso, escreveu peças de sucesso como  ‘Sua Excelência, o Candidato”, de 1986,que lhe garantiu o Prêmio Molière de autora; “Jogo de Cintura”, em 1988;  e “Porca Miséria”, pela qual receberam os prêmios Shell e APCA também de melhor autoria. Pela autoria solo da peça “A Vida é Uma Ópera”, ganhou o Prêmio APCA e por “O Eclipse”, também ganhou o APCA e foi indicada ao Prêmio Shell. Ao todo, tem autoria registrada em 13 obras montadas.

Como diretora, estreou na peça “Em Defesa do Companheiro Gigi Damiani”, em 1981 e a partir de então, dirigiu outros espetáculos, como os solos “A Revolução Está Chegando e Eu Não Tenho o Que Vestir”, interpretado por Ileana Kwasinski e “Ao Sol do Novo Mundo”, com Tadeu Aguiar. 

Na televisão, começou em pequenas participações em novelas e ganhou projeção a partir de sua participação na novela “Sassaricando”, de Silvio de Abreu, na TV Globo, em 1987. Outras participações de sucesso foram suas atuações em “Éramos Seis”, do SBT em 1994; e “O Clone”, de Glória Perez, em 2001, autora com a qual trabalhou em cinco produções. Também se destacam suas atuações na minissérie “ A Casa das Sete Mulheres” e na novela “Escrito nas Estrelas”, ambas na TV Globo.

  Ainda na televisão, foi coautora, juntamente com Marcos Caruso,  da novela 'Ana Raio e Zé Trovão”, na  TV Manchete, onde atuou também como atriz.

 Já no cinema, Jandira Martini participou de poucos filmes com destaque para “Uma Comédia Atrapalhada”, “Olga,  “Chorar de Rir” e  “Uma Pitada de Sorte”.

 Jandira Martini morreu no dia 29 de janeiro de 2024, aos 78 anos, em decorrência de um câncer de pulmão. Seu humor, registrado nas comédias que escreveu e suas atuações, na memória de quem assistiu, atestam seu grande talento e a reputam como um grande nome da moderna dramaturgia brasileira. Aqui, um pouco de sua trajetória.


Jandira Martini

Jandira Martini

Jandira Martini

Jandira Martini

Jandira Martini

Jandira Martini

Jandira Martini

Jandira Martini

Jandira Martini

Jandira Martini e seu amigo e parceiro na escrita Marcos Caruso

Jandira Martini e Marcos Caruso

TEATRO

Jandira Martini na peça O Que Você Vai Ser Quando Crescer?

Jandira Martini e Marcos Caruso na peça Operação Abafa

Jandira Martini e Myrian Muniz na peça Porca Miséria

Jandira Martini com Myrian Muniz, Renato Consorte e Miguel Magno na peça Porca Miséria

Jandira Martini com Myrian Muniz, Miguel Magno e Marcos Caruso na peça Porca Miséria

Jandira Martini com Thiago Lacerda na peça O Evangelho Segundo GH

Jandira Martini e Ronney Fachinni na peça Com a Pulga Atrás da Orelha

Jandira Martini com Maria Eugenia de Domênico e Eliana Rocha na peça A Vida é Uma Ópera

Jandira Martini com Eduardo Silva, Marcos Caruso e Eliana Rocha na peça Os Reis do Improviso

Jandira Martini com Eduardo Silva, Marcos Caruso e Eliana Rocha na peça Os Reis do Improviso

Jandira Martini com Eduardo Silva, Marcos Caruso e Eliana Rocha na peça Os Reis do Improviso

Jandira Martini e Marcos Caruso na peça Jogo de Cintura

Jandira Martini e Marcos Caruso na peça Jogo de Cintura

Jandira Martini  na peça As Avestruzes

 TELEVISÃO


Jandira Martini com Paulo Autran em Sassaricando

Jandira Martini com Paulo Autran em Sassaricando

Jandira Martini com Paulo Autran em Sassaricando

Jandira Martini com Paulo Autran em Sassaricando

Jandira Martini  em O Clone

Jandira Martini em O Clone

Jandira Martini e Stênio Garcia na novela O Clone

Jandira Martini e Giovanna Antonelli na novela O Clone

Jandira Martini e Giovanna Antonelli na novela O Clone

Jandira Martini e Vanessa Giácomo  em Morde e Assopra

Jandira Martini em Morde e Assopra

Jandira Martini em Morde e Assopra

Jandira Martini em Morde e Assopra

Jandira Martini e Marcos Caruso em Éramos Seis (SBT)

Jandira Martini e Flavia Monteiro na novela Éramos Seis (SBT)

Jandira Martini e Ariel Moshe em Éramos Seis (SBT)

Jandira Martini , Marcos Caruso, Flavia Monteiro e a menina Carla Diaz na novela Éramos Seis (SBT)

Jandira Martini com Cadu Paschoal na novela Caminho das Índias

Jandira Martini na novela Caminho das Índias

Cadu Paschoal, Jandira Martini e Marcio Vito em Caminho das Índias (TV Globo, 2009)  - Foto de João Miguel Júnior


Jandira Martini em América

Jandira Martini com Paulo Goulart e Déborah Secco em América

Jandira Martini e Paulo Goulart em América

Jandira Martini em A Casa das Sete Mulheres

Jandira Martini comNathalia Dill em Escrito nas Estrelas


Jandira Martini e Zacarias no filme Uma Escola Atrapalhada (1990)

Fabiana Karla e Jandira Martini no filme 'Uma Pitada de Sorte' (2022)





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