domingo, 26 de novembro de 2017

GRANDES NOVELISTAS - BRÁULIO PEDROSO


Bráulio Nuno de Almeida Pedroso  nasceu em São Paulo no dia  30 de abril de 1931. Autor de uma obra crítica da sociedade brasileira, recorria ao humor e ao deboche para retratar  tipos comuns, facilmente identificáveis no dia a dia do país. É considerado o grande inovador da linguagem das novelas brasileiras.

Antes de entrar para a televisão, escreveu criticas literárias, criticas de cinema, foi assistente de direção e montador de filmes. Em 1965 escreveu sua primeira peça: A Conspiração

Sua primeira novela foi a revolucionária Beto Rockfeller (TV Tupi, 1968), um grande sucesso de audiência, protagonizada por Luis Gustavo.   Diz a lenda que ele nem tinha televisão em casa nessa época. A idéia de criar uma anti novela, com um anti herói foi de Cassiano Gabus Mendes e coube a Lima Duarte a direção.  Em 1973, houve uma continuação da história em A Volta de Beto Rockfeller, também na TV Tupi, emissora em que escreveu ainda outra novela inovadora: Super Plá (1970), considerada avançada para a época, que em decorrência disso, teve pouca audiência.

Na TV Globo, escreveu telenovelas de sucesso como O Cafona (1971), O Bofe (1972), O Rebu (1974), O Pulo do Gato (1978) e Feijão Maravilha (1979), além de textos para o programa Caso Especial e episódios para os seriados Amizade Colorida , Plantão de Polícia e Mário Fofoca. Trabalhou também na TV Manchete, onde escreveu a novela  Tudo em Cima (1985) e o seriado Tamanho Família (1986).

Para o teatro escreveu  peças de sucesso, entre elas A Vida Escrachada de Joana Martini e Baby Stomponato; As Gralhas; As Hienas; Isso Devia Ser Proibido  e  O Fardão, com a qual ganhou o Prêmio Molière.

Em 1992,  sua novela O Pulo do Gato foi adaptada pela televisão chilena e em 2014 a Rede globo realizou um remake de O Rebu.

Bráulio Pedroso morreu em 15 de agosto de 1990, aos 59 anos de idade,  no Rio de Janeiro, vítima de fratura nas vértebras cervicais, causada por uma queda no banheiro da casa onde morava. Sofria de Espondilite Anquilosante (inflamações nas articulações da coluna vertebral).

Bráulio Pedroso
 
Bráulio Pedroso



Bráulio Pedroso

Bráulio Pedroso

Bráulio Pedroso - Audácia Inovadora, biografia escrita por Renato Sérgio para a Série Aplauso

Beto Rockfeller (TV Tupi, 1968/69), de Bráulio Pedroso, a partir de uma idéia de Cassiano Gabus Mendes foi a novela que inovou a linguagem das telenovelas, abrindo frente a um novo estilo de teledramaturgia na televisão

Luis Gustavo foi Beto Rockfeller, um anti herói, dado a pequenos golpes para ascender socialmente. Plínio Marcos foi seu fiel amigo Vitorio. 

O elenco de Beto Rockfeller reuniu nomes como Marília Pêra, Maria Della Costa e Luis Gustavo 

 Marília Pêra e Luis Gustavo em Beto Rockfeller 

Parte do elenco de Beto Rockfeller com o autor Bráulio Pedroso 

Hélio Souto e Marília Pêra em Super Plá (TV Tupi, 1970) mais uma experiência inovadora de Bráulio Pedroso

Hélio Souto e Ana Rosa em Super Plá

Hélio Souto e Marília Pêra em Super Plá

O Cafona (TV Globo, 1971), de Bráulio Pedroso, embora seja considerada um anovela "bem comportada" , criou a figura da anti heroína, a Shirley Sexy, vivida por Marília Pêra. O galã também não era nada convencional: um rapaz novo rico sem nenhuma classe.

 Francisco Cuoco e Marília Pêra em O Cafona  

Isabel Teresa, Juan de Bourbon, Renata Sorrah, Francisco Cuoco e Felipe Carone numa cena de O Cafona

Carlos Vereza, Marcos Nanini,  Marília Pêra e Djenane Machado em O Cafona

Paulo Gracindo e Ilka Soares tiveram papéis de destaque em O Cafona

Francisco Cuoco e as estrelas de O Cafona: Marília Pêra, Tônia Carrero e Renata Sorrah 

Capa do LP com a trilha sonora de O Cafona

Em O Bofe (TV Globo, 1972), Bráulio Pedroso retomou à ousadia, com dois protagonistas malandros e uma galeria de tipos nada convencionais.  
 O Bofe reuniu um elenco grandioso que contava com os talentos de Jardel Filho, Renée de Vielmond, Betty Faria e Ziembinski
Jardel Filho e Betty Faria eO Bofe 

Suzana Vieira, Ziembinski e Betty Faria eO Bofe 

Cláudio Marzo, Antônio Pedro e Jardel Filho, atores afinados com o autor Bráulio Pedroso em O Bofe 

Cláudio Marzo rompia com sua imagem de galã romântico, vivendo o Grego em O Bofe 

Ziembinski, Betty Faria, Elizangela, Miriam Pires e Suzana Vieira numa cena de O Bofe 

Uma das ousadias de O Bofe foi Ziembinski vivendo um papel feminino: a Tia Stanislava, um dos papéis centrais da história  


Capa do LP com a trilha sonora internacional de O Bofe

A Volta de Beto Rockfeller (TV Tupi, 1973) foi uma tentativa de trazer de volta as aventuras do famoso bicão. Embora fosse muito agradável, não teve a mesma repercussão da primeira fase. Luis Gustavo repetiu, com a mesma competência, a personagem

Em A Volta de Beto Rockfeller Luis Gustavo estava cercado de belas mulheres.

 Luis Gustavo e Elke Maravilha em A Volta de Beto Rockfeller 

Luis Gustavo entre Elaine Cristina e Odete Lara em A Volta de Beto Rockfeller

Luis Gustavo e Bete Mendes em A Volta de Beto Rockfeller

Luis Gustavo com Odete Lara em A Volta de Beto Rockfeller

Elke Maravilha, Pepita Rodrigues e Elizabeth Gasper com Luis Gustavo em A Volta de Beto Rockfeller

Em 1974 Bráulio Pedroso voltou à TV Globo com dois textos para o programa Caso Especial


Jardel Filho e Walmor Chagas no Caso Especial A Grande Farra (TV Globo, 1974), texto de Bráulio Pedroso, direção de Ziembinski

Reginaldo Farias e José Augusto Branco no Caso Especial O Professor Vai Embora (TV Globo, 1974), texto de Bráulio Pedroso, direção de Ziembinski
O Rebu (TV Globo, 1974), trouxe um Bráulio Pedroso no auge da criatividade, com uma verdadeira obra prima. Toda a história se passava em apenas dois dias, na noite de uma festa onde ocorre um crime e no dia seguinte, na investigação. Até o último capítulo permaneceu um mistério duplo: quem matou e quem morreu. Os desenhos da abertura, criados por Marguerita Fahrer, com animação de Cyro Del Nero foram uma atração à parte.  O Rebu foi, enfim, uma sarabanda colorida da melhor qualidade.

Buza Ferraz e Bete Mendes estrelaram O Rebu 

Em O Rebu, Ziembinski interpretou o milionário Conrad Mahler, o anfitrião da festa onde ocorre o crime.  Buza Ferraz foi seu protegido Cauê, pivô da tragédia. Apesar de nada ser explícito, ficava evidente a relação homossexual dos dois. 

As milionárias Glorinha (Isabel Ribeiro) e Roberta (Regina Vianna)  também deixavam no ar o clima de uma relação lésbica em O Rebu. Lima Duarte era o penetra Boneco, um ladrão que se envolvia com os convidados da festa.

José Lewgoy e Bete Mendes foram dois destaques de O Rebu

Um dos papéis de maior sucesso de O Rebu foi Maria Angélica (Yara Cortes, na foto com Ziembinski), uma fogosa socialite conhecida como Bubu. 

 O Rebu marcou a estréia, em grande estilo, de Tereza Rachel  na TV Globo. Sua personagem era a milionária Lupe Garcez, envolvida com Kiko, um jovem alpinista social, vivido por Rodrigo Santiago.

Dois grandes atores em O Rebu: Ziembinski e Lima Duarte

Tereza Rachel, Carlos Vereza, Maria Cláudia e Rodrigo Santiago numa cena de O Rebu

O Rebu


Em 1978 Bráulio Pedroso novamente focava o mundo dos ricos com O Pulo do Gato

Jorge Dória e Neuza Amaral em O Pulo do Gato


O Pulo do Gato lançou Kadu Moliterno, vindo da TV Tupi, como um dos grandes galãs da TV Globo
Kadu Moliterno, Marta Anderson e Jorge Dória em O Pulo do Gato

Feijão Maravilha (TV Globo, 1979) levou Bráulio Pedroso para o horário das 19 Horas. Inspirada nas chanchadas da empresa cinematográfica Atlântida, a novela caiu no gosto popular e foi um sucesso. 

Mara Rúbia e Lucélia Santos em Feijão Maravilha

Ivan Setta, Felipe Carone e Older Cazarré, um trio de atrapalhados vilões, garantiram o humor de Feijão Maravilha

Interpretando uma versão farsesca de Marilyn Monroe, Clarice Piovezan foi um dos destaques de Feijão Maravilha, ao lado do galã Mário Cardoso

Bráulio Pedroso também escreveu episódios para o seriado Plantão de Polícia (TV Globo, 1980/81)

Hugo Carvana foi o protagonista de Plantão de Polícia

Hugo Carvana em Plantão de Polícia

 Outro seriado que contou com episódios escritos por  Bráulio Pedroso foi  Amizade Colorida (TV Globo, 1981)

 Amizade Colorida foi protagonizado por Antônio Fagundes  

Antônio Fagundes e Renée de Vielmond em  Amizade Colorida

Em 1982 Bráulio Pedroso escreveu, para a TV Globo, a minissérie Parabéns Pra Você

Débora Duarte e Juca de Oliveira na minissérie Parabéns Pra Você

Altair Lima e Norma Benguel em Parabéns Pra Você

 Mário Fofoca (TV Globo, 1983), também contou com episódios escritos por Bráulio Pedroso 

 Luis Gustavo foi o Mário Fofoca ao lado de Osmar Prado

Osmar Prado, Luis Gustavo, Joana Fomm e Maria Helena Dias numa cena de Mário Fofoca 
Tudo em Cima (1985), foi uma novela de Bráulio Pedroso, apresentada na TV Manchete

Tudo em Cima foi estrelada por Renata Sorrah e Paulo Castelli

Leonardo Villar e Ítalo Rossi foram dois destaques de Tudo em Cima 

Tamanho Família (TV Manchete, 1986), seriado escrito por Bráulio Pedroso

Suely Franco e Ivan Cândido em Tamanho Família

Suely Franco e Ivan Cândido em Tamanho Família

Em 2014 a TV Globo levou ao ar uma requintada e reduzida nova versão de O Rebu, com adaptação de George Moura. Tony Ramos, Cassia Kiss, Patrícia Pillar e Sophie Charlote estavam no elenco. 

Walmor Chagas e Cacilda Becker na peça Isso Devia ser Proibido (1967)

Marília Pêra e Hélio Souto na peça A Vida Escrachada de Joana Martini e Baby Stomponato (1970)

Marília Pêra  na peça A Vida Escrachada de Joana Martini e Baby Stomponato

Marília Pêra  na peça A Vida Escrachada de Joana Martini e Baby Stomponato


Fotos - acervo de Orias Elias - revistas Amiga (Bloch Editores), Contigo (Editora Abril), Sétimo Céu (Bloch Editores), Romântica (Editora Vecchi), Melodias  (Editora APA), Manchete (Bloch Editores), Cartaz (Rio Gráfica e Editora SA), Intervalo (Editora Abril), O Cruzeiro, Jornais Diário de São Paulo, Folha de São Paulo, Imprensa Oficial, Blog TUDO ISSO É TV (Césio Gaudereto), site TV Globo, Site Canal Viva, Cedoc (TV Globo), sites diversos da Internet 

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