domingo, 5 de maio de 2019

NIZE SILVA - A PRIMEIRA DAMA DO TEATRO POPULAR DO SESI



Ano de 1978. Recém chegado em São Paulo, sem grana, uma diversão garantida era assistir à peça O Poeta da Vila e seus Amores, no recém inaugurado Teatro Popular do SESI na Avenida Paulista. Devo der visto essa peça mais de 20 vezes. Era um espetáculo lindo. Em todas as apresentações, invariavelmente, na cena em que a suburbana Julinha, amante do poeta, quebrava seu violão, a platéia aplaudia, em cena aberta, o fabuloso desempenho da atriz encarregada do papel. Seu nome: Nize Silva.

A partir de então, a presença hipnotizadora da atriz em outros tantos espetáculos do SESI, muitos também vistos várias vezes, se consolidaria como referencia da presença em cena de uma grande atriz. Nize Silva faz parte da seleta constelação de atrizes que possuem o misterioso dom de chamar para si o foco da cena, não importa em que papel, de protagonista ou coadjuvante, uma luz que emana naturalmente e que diferencia e evidencia no palco, o mistério intangível que destaca e agiganta a presença do grande ator em cena.

Nize Siva nasceu em São Paulo, no dia 8 de Agosto de 1935. Começou sua carreira em 1959, no ainda embrionário grupo Teatro Experimental do SESI, que mais tarde se converteria no Teatro Popular do SESI, longeva Cia dirigida pelo legendário diretor Osmar Rodrigues Cruz (1924-2007), com quem a atriz  foi casada.

O primeiro espetáculo profissional da atriz foi Cidade Assassinada, do autor Antonio Callado, em 1963.  Alternando papeis de protagonista e coadjuvante, mas sempre com presença forte e marcante, Nize Silva participou de dezenas de espetáculos do TPS, com destaque para Manhãs de Sol, O Milagre de Anne Sullivan, Senhora, O Noviço, O Poeta de Vilas e seus Amores, A Falecida, O Santo Milagroso, O Rei do Riso e Chiquinha Gonzaga – Oh Abre Alas.

Na televisão, infelizmente, participou de poucos trabalhos. Na TV Tupi, atuou na novela Sozinho no Mundo (1968) e deu vida a uma das personagens de Machado de Assis na telenovela Vila do Arco, adaptada da obra O Alienista, em 1975. Também integrou o elenco da novela Revelação (2008/2009) no SBT. No cinema esteve nos filmes O Quarto e As Gatinhas. Aqui, alguns momentos da atriz em sua trajetória de décadas nos palcos da cidade.


Nize Silva 

Nize Silva 

Nize Silva 

Nize Silva 

Nize Silva 

Nize Silva com  as atrizes Ana Maria Dias e Olivia Camargo

LinoSérgio, Nize Silva, Gilda Kohler e Alexandre de Almeida na peça A Torre em Concurso, de Joaquim Manuel de Macedo

Nize Silva com Francisco Curcio e Ednei Giovenazzi na peça Cidade Assassinada, de Antônio Callado

Nize Silva e Ednei Giovenazzi na peça Cidade Assassinada

Nize Silva com Ednei Giovenazzi numa cena da peça Cidade Assassinada

Nize Silva na peça A Sapateira  Prodigiosa, de Federico Garcia Lorca

Nize Silva na peça A Sapateira  Prodigiosa

Nize Silva com Edgar Gurgel Aranha e Adolfo Machado na peça Manhãs de Sol, de Oduvaldo Viana

Nize Silva com João José Pompeu e Ruthinéia de Moraes na peça O Avarento, de Molière

Nize Silva com Berta Zemel e Reny de Oliveira na peça O Milagre de Annie Sullivan, de William Gibson

Nize Silva com  Reny de Oliveira e Lineu Dias na peça O Milagre de Annie Sullivan, de William Gibson

Nize Silva com Ruthineia de Moraes na peça Memórias de Um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida,  adaptação de Francisco Pereira da Silva

Nize Silva (ao centro, de preto)  na peça Memórias de Um Sargento de Milícias

Nize Silva com Sebastião Campos e Arlete Montenegro na peça Senhora, de José de Alencar, adaptada por Sergio Viotti

Nize Silva com Sebastião Campos e Arlete Montenegro na peça Senhora

Nize Silva (à esquerda) com o elenco da peça Senhora


Nize Silva com Ednei Giovenazzi  na peça O Fazedor de Chuva, de Richard Nash

Nize Silva com Ednei Giovenazzi  na peça O Fazedor de Chuva

Nize Silva com Ednei Giovenazzi  na peça O Fazedor de Chuva

Nize Silva com Ana Maria Dias na peça Leonor de Mendonça, de Gonçalves Dias


Nize Silva com Cláudio Correa e Castro  na peça O Noviço, de Martins Pena

Nize Silva com Cláudio Correa e Castro  na peça O Noviço

Nize Silva com Cláudio Correa e Castro  e Benjamin Cattan na peça O Noviço

Nize Silva com Ewerton de Castro e o elenco feminino da peça O Poeta da Vila e Seus Amores, de Plínio Marcos

Nize Silva (à esquerda) com Walderez de Barros (centro) e atrizes da peça O Poeta da Vila e Seus Amores


 Nize Silva (à direita) com o diretor Osmar Rodrigues Cruz, Walderez de Barros, o autor Plínio Marcos e Ewerton de Castro recebendo Procópio Ferreira numa das apresentações da peça O Poeta da Vila e Seus Amores


O grande elenco da peça O Poeta da Vila e Seus Amores

Cartaz da peça O Poeta da Vila e Seus Amores

Nize Silva com Luiz Parreiras na peça A Falecida, de Nelson Rodrigues

Nize Silva com Luiz Parreiras na peça A Falecida

Nize Silva com Luiz Parreiras na peça A Falecida

Nize Silva com Elias Gleizer na peça A Falecida

Nize Silva na peça A Falecida

Nize Silva com Luiz Parreiras e Luiz Carlos de Moraes na peça A Falecida

Nize Silva com Rubens Pignatari, Elias Gleizer e Antônio Andrade na peça A Falecida

Nize Silva com Nelson Rodrigues, o autor da peça A Falecida

Nize Silva com Luiz Parreiras e Nelson Rodrigues, o autor da peça A Falecida


Nize Silva com o autor Nelson Rodrigues, o diretor Osmar Rodrigues Cruz e o elenco da peça A Falecida

Nize Silva numa cena da peça A Falecida


Cartaz da peça A Falecida

Nize Silva com Luiz Parreiras na peça O Santo Milagroso, de Lauro César Muniz

Nize Silva com Luiz Parreiras na peça O Santo Milagroso

Nize Silva na peça Chiquinha Gonzaga - Oh Abre Alas, de Maria Adelaide Amaral

Cartaz da peça Chiquinha Gonzaga - Oh Abre Alas

Nize Silva com Ednei Giovenazzi na peça O Rei do Riso, de Luiz Alberto de Abreu

 Nize Silva com Ednei Giovenazzi na peça O Rei do Riso

Nize Silva com Roberto Azevedo e Anamaria Barreto na peça Feitiço, de Oduvaldo Viana

Nize Silva (centro, à direita) numa cena da peça Feitiço

Nize Silva com Roberto Azevedo e Paulo Hesse numa cena da peça Feitiço

Nize Silva com Paulo Hesse e Roberto Azevedo em Feitiço

Nize Silva com Anamaria Barreto na peça Confusão na Cidadede Carlo Goldoni

Nize Silva (à esquerda)  numa cena da peça Confusão na Cidade

Nize Silva (no centro, à direita) numa cena da peça Confusão na Cidade

Nize Silva com Ruthinéia de Moraes na peça Irmãs Siamesas

Nize Silva (centro)  com Liana Duval, Ivete Bonfá e Ednei Giovenazzi no coquetel de lançamento da novela Vila do Arco

Nize Silva (centro)  com o elenco da novela Vila do Arco

Nize Silva (de chapéu) com Nilda Maria, Isadora de Farias, Kleber Afonso e Laerte Morrone em   Vila do Arco (TV Tupi, 1975), novela de Sérgio Jockymann, baseada na obra O Alienista, de Machado de Assis

Nize Silva (de chapéu, ao fundo) com Rogério Márcico, Gibe, Gésio Amadeu, Vera Paxye, Alberto Viana e Kleber Afonso na novela Vila do Arco 

 
O Poeta da Vila e seus Amores

O Fazedor de Chuva

A Sapateira Prodigiosa




OSMAR RODRIGUES CRUZ - O FUNDADOR DO TEATRO POPULAR DO SESI


Osmar Rodrigues Cruz

O início da história de Osmar Rodrigues Cruz no teatro data de 1945, ano de criação do  grupo amador Teatro Universitário do Centro Acadêmico Horácio Berlinck, na Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo.

No início da década de 1950, depois de conquistar o primeiro lugar num concurso do Serviço Social da Indústria (Sesi),  foi contratado como “ensaiador” de operários em fábricas de Santo André (SP).
Em 1959, criou o Teatro Experimental do Sesi (TES), inspirado na experiência do diretor Jean Vilar, fundador do Teatro Nacional Popular da França, que em 1963 resultou na criação do Teatro Popular do Sesi (TPS), cujo primeiro espetáculo foi  "Cidade Assassinada", de Antonio Callado.  

Ao longo de 30 anos, fez história no teatro paulista com espetáculos  que levaram ao teatro milhares de espectadores.  Em 1977, antes mesmo da finalização completa da portentosa sede do SESI na Av. Paulista, foi inaugurado o grande e confortável  Teatro Popular do SESI. Ali, Osmar Rodrigues Cruz pôde levar à cena espetáculos memoráveis, de autores clássicos (Shakespeare, Molière, Goldoni, Oduvaldo Viana) e contemporâneos (Plínio Marcos, Lauro César Muniz, Nélson Rodrigues, Maria Adelaide Amaral).  Sem arriscar em obras polêmicas, mesmo encenando  autores polêmicos,  soube, como poucos, captar o gosto popular, convertendo o TPS num dos maiores espaços formadores de público do cenário paulistano.

Osmar Rodrigues Cruz foi um homem de teatro que viveu para o teatro e para a concretude de seu sonho.  Todos os aplausos são insuficientes  para seu legado e sua excepcional jornada.



Fotos: acervo de Orias Elias, Revista Amiga, Jornal Diário de São Paulo, Jornal Folha de São Paulo, Acervo Flávio Império (fotos de Thereza Cristina Pinheiro),  Fundação Osmar Rodrigues Cruz (fotos de Vadinho, Silvestre Silva, Fredi Kleemann, Sergio Eluf e Thereza Pinheiro), Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, acervo pessoal da atriz Anamaria Barreto, sites diversos da internet.

5 comentários:

  1. Olá Orias, parabéns pelo Blog, muito bom!
    Porém, tenha mais atenção em identificar as fotos, nem todas são de Vadinho, as que retirou do Blog do INSTITUTO OSMAR RODRIGUES CRUZ, estão devidamente identificadas.
    Profa.Dra.Eugenia Rodrigues Cruz, presidente do Instituto Osmar Rodrigues Cruz

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    1. bom dia. Então, a intenção do blog (sem fins lucrativos) é apenas prestar uma homenagem aos artistas que de alguma forma fazem parte da minha vida e juventude. É um "hobby", enfim, sem pretensão de ser algo oficial e também dentro dos meus limitados conhecimentos de internet. Sempre procuro listar a origem das fotos, uma vez que não são fotos de minha propriedade, mas digitalizadas de antigas publicações, onde nem sempre estão identificados os autores das fotos ou replicadas de sites da internet, que muitas vezes são replicados de outros sites e assim vai. No entanto estou sempre aberto a retificações, identificações e inclusões de novas informações. abs

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  2. Boa noite! Gostaria de saber em quantas novelas atuou a atriz Nise Silva.

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  3. Aquivo maravilhoso da Size Silva que a conheci quando criança nos bastidores do teatro seis. Sou filha do ator Luiz Parreiras, e estas pecas de teatro estão guardadas nos meu coração a sete chaves. Abracos, filha do Luiz Papita

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  4. Blz Iara, bom que você gostou. Aproveito pra dizer que assisti várias peças em que seu pai atuou. Foi um excelente ator, com ótima presença cênica. abs

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