terça-feira, 29 de setembro de 2015

ÉRICO DE FREITAS O CORAÇÃO DA SALA FUNARTE

Érico de Freitas nasceu em Vitória (RS) em 1939. Aos 9 anos, após a morte do pai num acidente aéreo, foi com a mãe e a irão para o Rio de Janeiro. Aos 18 anos, conheceu o crítico e fundador do grupo “Os Comediantes”,  Brutus Pedreira, que o incentivou a estudar teatro na Bahia, onde conviveu com grandes intelectuais. Através do amigo, também chegou a Ziembinski e em 1962,  quando a  Companhia Cacilda Becker abriu teste para escolher um ator jovem para a montagem de “A Terceira Pessoa” de Andrew Rosenthal, Erico ganhou o papel concorrendo com outros 60 candidatos.

Em 1963, atuou na montagem de “Um Bonde Chamado Desejo”, de Tennessee Wiliams, dirigida por Flávio Rangel, ao lado de Maria Fernanda no Teatro Dulcina.

Na televisão Erico de Freitas atuou em teleteatros do “Grande Teatro Tupi”, no  “Teatrinho Trol”, de Fábio Sabag na TV Tupi, e fez parte do elenco da novela “A Cabana do Pai Tomás”, na Rede Globo.

Em 1967 criou junto com Thais Portinho e Aldomar Conrado o Grupo 3, montando textos de Arrabal e Jean Genet. Em 1969 atuou em “O Avarento” de Molière ao lado de Procópio Ferreira.

Nas décadas de 1960 e 1970, fez muito teatro, destacando-se as peças “Playboy”, “Tartufo”,  “Chão de Estrelas”, “Os 7 Gatinhos”, “O Olho Azul da Falecida”, “Pano de Boca”, “Botequim”, “Abelardo e Heloisa”. 

Em 1977 assumiu a direção artística da Sala Funarte, dirigindo e criando shows musicais de grande  sucesso, a exemplo da  primeira versão do show “As Cantoras do Rádio” .  Ali dirigiu ainda shows com grandes nomes da MPB como Elizeth Cardoso, Cauby Peixoto, Radamés Gnattali, Zé Kéti, Clementina de Jesus, Nana Caymmi, Dona Ivone Lara e  Marlene. Também foi o responsável pelo lançamento da carreira de cantores como Emílio Santiago e Zélia Duncan.

Muito querido pela classe artística carioca, colecionou uma infinidade de amigos, especialmente a atriz Isolda Cresta e a cantora Marlene.


Érico de Freitas viveu os últimos anos de sua vida no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Morreu aos 70 anos, no dia 20 de dezembro de 2009, em decorrência de uma pneumonia.

Érico de Freitas 

Érico de Freitas 

Ênio Gonçalves, Érico de Freitas e João Paulo Adour numa foto dos anos 196

Érico de Freitas e Eva Todor na peça Playboy
 
Érico de Freitas com Cacilda Becker na peça A Terceira Pessoa (Andrew Rosenthal)

Érico de Freitas com Sérgio Cardoso na peça A Terceira Pessoa

Érico de Freitas com Cacilda Becker na peça A Terceira Pessoa

Érico de Freitas com Maria Fernanda na peça Um Bonde Chamado Desejo (Tennessee Williams)

Érico de Freitas com Thais Portinho e Carlos Vereza na peça Tricíclo  (Arrabal)

Érico de Freitas com Carlos Vereza na peça As Criadas (Jean Genet)

Érico de Freitas com Procópio Ferreira, Jorge Chaia e Isolda Cresta na peça O Avarento (Molière)

Érico de Freitas (à esq.) com Elizabeth Gásper e João Paulo Adour na peça Filhos Terríveis 

Érico de Freitas (à dir.) com João Paulo Adour e o elenco da peça Filhos Terríveis 

Érico de Freitas na peça O Capeta de Caruaru (Aldomar Conrado)

Érico de Freitas com Thelma Reston na peça Os Sete Gatinhos (Nelson Rodrigues)

Érico de Freitas com Maria Pompeu no Teatrinho Trol (TV Tupi, Rio, início dos anos 1960)

Érico de Freitas com Miriam Mehler em A Cabana do Pai Tomás (TV Globo, 1969) novela de Hedy Maia 

Érico de Freitas com Miriam Mehler em A Cabana do Pai Tomás

Érico de Freitas na Sala Funarte com os cantores Cauby Peixoto e Zezé Gonzaga 

Os 7 Gatinhos (1967)
 



fotos:  Revistas Sétimo Céu (Bloch Editores), Imprensa Oficial SP, Acervo pessoal de Érico de Freitas, Acervo pessoal de João Paulo Adour, Acervo Funarte, sites diversos da Internet


4 comentários:

  1. Que saudade q me deu desse grande artista e de quem fui amigo. + tarde,como jornalista, o entrevistei algumas vezes, inclusive qdo estava à frente da Funarte. Tão lindo como profissional e pessoa. Me lembro dos anos 70, qdo ele morava na praça afonso pena, na tijuca e fez exposições de seus coloridíssimos (e lindos) quadros, no saguão do Teatro Ipanema, quando o saudoso e também amado José Wilker, fazia uma peça de José Vicente. Carlos Ramos

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  2. Ma Deva Pyari. www.pyari.de17 de outubro de 2023 às 17:13

    Nossa, ver o Érico aqui, foi demais! Foi apaixonada por ele nos anos sessenta, quando passava tardes sentada ou deitada em sua cama naquele apartamento de Copacabana, onde ele morava com sua mãe, da qual não lembro o nome... Infelizmente, nunca fizemos amor carnal, apesar de cultivarmos um amor imenso. Eu era bem novinha e nem me lembro onde nos conhecemos, talvez no movimento teatral anti ditadura, onde também topei com Vereza, um dos maiores atores do mundo!! Depois mudei os interesses, a vida me trouxe prá Europa e hoje escrevo mais e mais, vivo nos palcos e lembro desta época gloriosa em que conheci todas estas feras do mundo artístico carioca!! E que certamente me influenciaram no meu caminhar. Vereza menciono até no meu primeiro livro publicado aqui na Alemanha, e que vai sair em inglês agora pelo Amazon. Jeff Bezos gostou da capa e vai lançar... Estou prosa. E hoje, de repente, me lembrei do Érico, que nunca mais vi, quando começaram os anos setenta... Nossa, que doido! Que doida a vida!! Pyari

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