terça-feira, 29 de novembro de 2022

RITA CLEÓS - A ETERNA BIONDINA

Rita Cleós

 Rita Schadrack nasceu em Blumenau, Santa Catarina, no dia 29 de setembro de 1931. Filha de imigrantes alemães, em 1939, ela mudou-se com a família para a Alemanha, um mês antes de ser deflagrada a Segunda Guerra Mundial. Sem conseguir voltar para fugir do conflito e da ascenção nazista, sua famíla passou grandes dificuldades diante do horror da guerra. Eles retornaram ao Brasil em 1946, trazendo consigo, apenas a roupa do corpo. Olavo, o irmão mais novo de Rita, morreu na Alemanha, em consequência do conflito.

Na década de 1950 ela mudou-se para a cidade de São Paulo, e começou a trabalhar em um hospital como auxiliar de enfermagem, ao mesmo tempo em que estudava teatro.

Rita estreou no cinema fazendo figuração em dois filmes paulistas, A Famíla Lero-Lero e A Esquina da Ilusão, ambos de 1953. Em 1954 seu nome apareceu pela primeira vez nos créditos da comédia  É Proibido Beijar (1954), estrelada por Tônia Carrero.

No mesmo ano, ela foi coroada com o inusitado título de "A Rainha dos Figurantes", num concurso promovido pela Associação Paulista de Cinema de São Paulo e a Rádio Record.

Rita Cleós foi contratada inicialmente pela Companhia Teatral Jaime Barcelos - Jackson de Souza. Depois fez parte do TBC, do Grupo Folclórico Brasileiro de Barbosa Lessa, da Cia Nicete Bruno e por fim da Companhia Sérgio Cardoso e Nydia Licia. O fato de integrar importante companhias teatrais, a levou para a televisão.

Os grupos de teatro eram contratados por temporadas para se apresentarem nos teleteatros, e foi assim quem a atriz apareceu pela primeira vez na TV, atuando no Grande Teatro Tupi. Nesta época, ela casou-se com o ator Guilherme Correa.

Em 1958 ela protagonizou seu primeiro filme, Macumba na Alta, rodado em São Paulo. Por seu desempenho ganhou boas críticas como revelação do cinema nacional, embora não tenha feito outro filme durante muitos anos.

Em 1962 Rita Cleós foi contratada pela TV Tupi de São Paulo, onde fez sua primeira novela, Prelúdio, a Vida de Chopin (1962). Na emissora paulista, atuou nas novelas A Intrusa (1962), Klauss, O Loiro (1963), A Gata (1964), Quem Casa Com Maria? (1964) e Teresa (1965). Na Tupi ela também fez parte do elenco do humoríistico Ah... Legria (1963), ao lado de Lima Duarte.

Mas seu grande sucesso veio com a novela O Cara Suja (1965), onde interpretava Yara, uma rica jovem da sociedade tradicional, apaixonada por um imigrante pobre, interpretado por Sérgio Cardoso, cujo personagem a chamava carinhosamente de Biondina (loirinha, em italiano).

A novela fez um grande sucesso e Rita ousou aparecer com os cabelos muito curtos, pouco comum para as mulheres na época. O fato é que ela havia sofrido um acidente de carro no reveillon de 1965, e precisou cortar o cabelo devido aos ferimentos e submeter-se a uma cirurgia plástica para remover um estilhaço de vidro que ficara alojado em sua boca.

Ainda em 1965 ela estrelou outra novela na Tupi, O Pecado de Cada Um (1965), contracenando com Francisco Cuoco.

Descontente com seu baixo salário na TV Tupi,  Rita deixou a emissora e em 1966  foi para a TV Excelsior, onde atuou nas novelas Redenção (1966), Legião dos Esquecidos (1968),  Sangue do Meu Sangue (1969) e Dez Vidas (1969). 

Com o fechamento da TV Excélsior,  a atriz decidiu deixar a televisão e passou a se dedicar apenas à dublagem, função que ela exercia desde 1962 para a  AIC-SP. Entre suas dublagens mais famosas está a Samantha Stephens, a encantadora bruxinha do seriado A Feiticeira. Rita Cleós fez trabalhos como dubladora até 1973, sendo também a responsável pela voz da personagem Libby na série Cidade Nua (Naked City); a Jan no desenho Space Gosth, a Cassy Jones em A Armadilha (Convoy); a Yumi em Spectreman; a Helga na primeira temporada de Guerra, Sombra e Água Fresca; e a Jane Jetson na última temporada do desenho Os Jetsons. Também fez diversos personagens femininos em Perdidos no Epaço (Lost in Space), Os Três Patetas (Three Stooges), Jeannie é Um Gênio (I Dream of Jeannie) e no desenho do Pica Pau.

Deixando a dublagem, passou a trabalhar como tradutora de filmes e livros ingleses, alemães e italianos. Ela ainda atuaria nos filmes Diário de Uma Prostituta (1979) e A Noite das Depravadas (1981).

No início dos anos 1980, a convite do diretor Geraldo Vietri, seu amigo dos tempos da TV Tupi, Rita Cleós aceitou retornar à televisão, na TV Cultura, onde atuou nos telecontos O Homem Que Sabia Javanês (1981) e Maria Stuart (1982). Seu último trabalho em TV foi na TV Bandeirantes, em 1982, numa participação em Dona Santa, seriado estrelado por Nair Bello, também sob a direção de Geraldo Vietri. 

A partir de então, não voltou a atuar, mudando-se para Ilha Bela, onde foi trabalhar como gerente em um hotel e em 1988 Rita Cleós mudou-se para Curitiba, para ficar mais perto dos parentes, pois não teve filhos. No dia 25 de abril de 1988 Rita Cleós sofreu um ataque cardíaco em seu apartamento, aos 56 anos de idade. A atriz estava sozinha em casa, e seu corpo só foi encontrado quase um mês depois,  no dia 21 de maio de 1988.



Rita Cleós

Rita Cleós

Rita Cleós

Rita Cleós

Rita Cleós

Rita Cleós

Rita Cleós

Rita Cleós

  

Rita Cleós aplaudindo o beijo de Tônia Carrero e Mário Sérgio no filme É Proibido Beijar

Rita Cleós com Oswaldo de Abreu e Fábio Cardoso no filme Macumba na Alta

Rita Cleós com Oswaldo de Abreu e Fábio Cardoso no filme Macumba na Alta

 Oswaldo de Abreu, Fábio Cardoso, Irina Grecco, Armando Bógus, Rita Cleós e Jayme Costa no filme Macumba na Alta

Rita Cleós com Oswaldo de Abreu, Jayme Costa, Irina Grecco e Fábio Cardoso no filme Macumba na Alta

  Fábio Cardoso,  Irina Grecco e Oswaldo de Abreu e Rita Cleós no filme Macumba na Alta


 
 Rita Cleós com Maria Pompeu na peça A Raposa e as Uvas

 Rita Cleós e Nydia Lícia na peça Lembranças de Berta 

Carlos Zara, Rita Cleós, Jayme Costa e Sérgio Cardoso na peça O Comício (1957)

 Raimundo Duprat, Rita Cleós, Suzy Arruda e Sérgio Cardoso na peça Sexy (1959)


Marina Freire, Rita Cleós, Ruthnéa de Moraes, Raimundo Duprat, Emanuele Corinardi e Sérgio Cardoso na peça Sexy (1959)

Rita Cleós, Sérgio Cardoso e Guilherme Correa na peça Uma Cama para Três

 Rita Cleós  (à dir) com o elenco paulista da peça Constantina 

Rita Cleós  (no alto, à dir) com o elenco paulista da peça Constantina 

Machadinho, Goulart de Andrade, Rita Cleós e Lima Duarte no programa de humor  Ah... Legria

 
  Guilherme Correa, Berta Zemel eRita Cléos na peça A Menina Sem Nome
 
Rildo Gonçalves, Georgia Gomide e Rita Cleós no programa de teleteatros GrandeTeatro da TV Tupi-SP

Rita Cleós (Ismene), Laura Cardoso (Rainha Eurídice) e Aracy Balabanian (Antígone). teleteatro da TV TUPI, 1965.

Rildo Gonçalves e Rita Cleós no teleteatro Hamlet, na TV Tupi-SP

 Rita Cleós com os irmãos Alberto e Paulo Ruschel
 
Rita Cleós com Armando Bógus em A Outra Face de Anita (TV Excélsior, 1964), novela de Ivani Ribeiro
 
Rita Cleós e Sérgio Cardoso protagonizaram O Cara Suja (TV Tupi, 1965), novela de Walter george Durst, baseada no original mexicano de Roberto Valente

Rita Cleós e Sérgio Cardoso em O Cara Suja

Rita Cleós e Sérgio Cardoso em O Cara Suja

Rita Cleós, Sérgio Cardoso e Carmem Jóia em O Cara Suja

Rita Cleós com Percy Aires em O Cara Suja

Rita Cleós com Sérgio Galvão e Sérgio Cardoso em O Cara Suja

Rita Cleós e Sérgio Cardoso em O Cara Suja

Rita Cleós e Sérgio Cardoso em O Cara Suja

Rita Cleós e Sérgio Cardoso em O Cara Suja

Rita Cleós e Sérgio Cardoso em O Cara Suja
Rita Cleós e Sérgio Cardoso em O Cara Suja

Rita Cleós e Sérgio Cardoso em O Cara Suja

Rita Cleós e Sérgio Cardoso em O Cara Suja

Rita Cleós e Sérgio Cardoso em O Cara Suja

Rita Cleós e Sérgio Cardoso em O Cara Suja

 
Rita Cleós e Francisco Cuoco protagonizaram O Pecado de Cada Um (TV Tupi, 1965/66), novela de Wanda Kosmo

Rita Cleós e Francisco Cuoco em O Pecado de Cada Um

Rita Cleós, Patricia Mayo, Wanda Kosmo e Débora Duarte em O Pecado de Cada Um

Rita Cleós e Francisco Cuoco em O Pecado de Cada Um

Rita Cleós e Francisco Cuoco em O Pecado de Cada Um


Rita Cleós e Luis Gustavo em O Pecado de Cada Um

Rita Cleós com Clenira Michel em O Pecado de Cada Um

Patricia Mayo, Débora Duarte, Rita Cleós, Francisco Cuoco, Luis Gustavo, Wanda Kosmo, Xisto Guzzi e Clenira Michel em O Pecado de Cada Um

Rita Cleós e Luis Gustavo em O Pecado de Cada Um

Rita Cleós e Francisco Cuoco em O Pecado de Cada Um
 
Rita Cleós  e Agnaldo Rayol em fotos da revista Intervalo

 
Rita Cleós e Mauro Mendonça em Sangue do meu Sangue (TV Excélsior, 1969), novela de Vicente Sesso

Rita Cleós e Tônia Carrero em Sangue do meu Sangue

Rita Cleós com Tônia Carrero, Mauro Mendonça e NIcette Bruno em Sangue do meu Sangue

Rita Cleós com Tônia Carrero e Gilmara Sanches em Sangue do meu Sangue


Rita Cleós com Fernando Peixoto em Maria Stuart (TV Cultura, 1982), novela de Carlos Lombardi, direção de Edison Braga


Fotos - acervo de Orias Elias - revistas Amiga (Bloch Editores), Contigo (Editora Abril), Sétimo Céu (Bloch Editores), Romântica (Editora Vecchi), Melodias (Editora APA), Manchete (Bloch Editores), Cartaz (Rio Gráfica e Editora SA), Intervalo (Editora Abril), Ilusão (Editora Abril), O Cruzeiro (Diários Associados), Jornais Diário de São Paulo, Folha de São Paulo, Imprensa Oficial, Blog REVISTA AMIGA & NOVELAS (Césio Gaudereto), site TV Globo, Site Canal Viva, Cedoc (TV Globo), Banco de Conteúdos Culturais (www.bcc.org.br), sites diversos da Internet

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