domingo, 23 de fevereiro de 2025

ITALIA FAUSTA UMA DAMA DA CENA

Fausta Polloni nasceu no bairro do Brás, em São Paulo, Capital, no dia 12 de Janeiro de 1879. Filha de italianos, estreou no teatro ainda criança, substituindo de improviso uma atriz que ficara doente no dia de uma apresentação. Continuou fazendo teatro amador em São Paulo, até ser convidada, em 1906, a entrar para a prestigiada companhia dos portugueses Lucinda Simões e Cristiano de Souza, com a qual, já como primeira atriz, excursiona pelo Brasil durante um ano. Em 1913, passa a trabalhar em Lisboa, contracenando com grandes figuras da cena portuguesa, como Eduardo Brazão e Augusto Rosa.

De volta ao Brasil, participa de um empreendimento ousado, liderado por Alexandre Azevedo e Cristiano de Souza: o Teatro da Natureza, um vasto anfiteatro ao ar livre instalado no Campo de Santana, no Rio de Janeiro, com capacidade para milhares de espectadores. Protagonista da companhia, Itália Fausta consagra-se com as peças: Orestia, de Ésquilo, Bodas de Lia, de Pedroso Rodrigues, A Cavalaria Rusticana, de Giovanni Verga, Antígone e O Rei Édipo, de Sófocles, e O Mártir do Calvário, de Eduardo Garrido, todas em 1916.

No ano seguinte, convidada por Gomes Cardim, criador e diretor do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, protagoniza diversos espetáculos da Cia, entre eles, A Ré Misteriosa, de Alexandre Bisson, e O Crime da 5.ª Avenida, uma adaptação do romance clássico de Annie Wisse.

Transferindo-se para o Rio de Janeiro, acrescenta ao seu repertório outras peças como Fedora, de Victorien Sardou , A Caipirinha, de Cesário de Mota e A Virgem Louca, de George Bataille.  Sua empresa, a Companhia Itália Fausta, sobrevive durante quase duas décadas, sendo que vários dramaturgos escreveram especialmente para suas montagens, dentre eles Menotti del Picchia e Veiga Miranda. Foram incluídas, ainda, peças como A Gioconda, de Gabriele D'Annunzio; Alma Forte, de Dario Niccodemi e O Grande Industrial, de Georges Ohnet.

Paralelamente, no fim dos anos 1920, a atriz colabora nos bastidores com Álvaro e Eugênia Moreyra, na escolha de repertório e trabalho de criação do Teatro de Brinquedo, uma iniciativa inovadora na época.

A partir de  1932, Italia Fausta passa a trabalhar mais como atriz convidada em outras companhias, inclusive na Cia do ator Jaime Costa. Em 1938, aceita o convite do diretor e produtor Paschoal Carlos Magno para dirigir o espetáculo de lançamento do Teatro do Estudante do Brasil: Romeu e Julieta, de William Shakespeare, onde tem a oportunidade de colocar em prática a sua vasta cultura teatral e os seus conhecimentos do teatro moderno. Embora tenha sido esta, sua única colaboração com o TEB, sua presença é considerada seminal para marcar os rumos de um movimento que resultaria decisivo para a modernização da mentalidade teatral.

Outro movimento inovador que ela prestigia com a sua presença no elenco é o Teatro Popular de Arte, o TPA, organizado pelo seu sobrinho Sandro Polloni. Na marcante temporada realizada pelo TPA em 1948 e 1949, no Teatro Fênix do Rio de Janeiro, ela atua, sob a direção de Ruggero Jacobbi, nas peças Estrada do Tabaco e Teresa Raquin, adaptação do romance de Emile Zola, em que comemora o seu jubileu. E, ainda, sob a direção de Ziembinski atua em Anjo Negro, de Nelson Rodrigues. 

Segundo opinião do crítico teatral Yan Michalski, "Para a maioria dos comentaristas da época, Itália Fausta foi a grande dama do teatro brasileiro de seu tempo.  Segundo eles, O marasmo em que o teatro brasileiro se encontrava durante o auge da carreira da atriz, o predomínio de um repertório medíocre e a virtual ausência de diretores dispostos a abrir caminhos rumo à modernidade cênica impediram-na de concretizar plenamente as potencialidades de sua excepcional trajetória de intérprete, Mas o seu prestígio de atriz conferiu-lhe uma ascendência sobre seus colegas mais jovens e sobre a opinião pública, preconizando a necessidade da criação de um teatro diferente daquele que o panorama em que viveu a condicionou, na maioria das vezes, a fazer".

Após retornar de uma excursão ao sul do país com a Cia de Teatro Maria Della Costa, Italia Fausta morreu no Rio de Janeiro, no dia 26 de abril de 1951, aos 72 anos de idade.


Italia Fausta

Italia Fausta

Italia Fausta

Italia Fausta

Italia Fausta

Italia Fausta

Italia Fausta

Italia Fausta

Italia Fausta

Italia Fausta

Italia Fausta

Italia Fausta na peça Estrada do Tabaco

Italia Fausta na peça Estrada do Tabaco

Italia Fausta na peça Estrada do Tabaco

Italia Fausta na peça Estrada do Tabaco

Italia Fausta na peça Estrada do Tabaco

Italia Fausta e Maria Della Costa na peça Teresa Requin

Italia Fausta na peça Teresa Requin

Italia Fausta na peça Teresa Requin

Italia Fausta com Maria Della Costa na peça Teresa Requin

Italia Fausta na peça Anjo Negro


Italia Fausta com Maria Della Costa e Orlando Guy na peça Anjo Negro

Italia Fausta com Maria Della Costa na peça Anjo Negro

Italia Fausta na peça Anjo Negro

Italia Fausta na peça Anjo Negro

Italia Fausta na peça Anjo Negro

Italia Fausta e Orlando Guy na peça Anjo Negro

Italia Fausta na peça Anjo Negro

Italia Fausta na peça Anjo Negro

Italia Fausta na peça O Fundo do Poço

Italia Fausta e Olga Navarro na peça Sonata a Quatro Mãos

Italia Fausta na peça A Ré Misteriosa

Italia Fausta e Sandro Polloni menino

Italia Fausta em reunião com Maria Della Costa, Ziembinski e Sandro Polloni

Italia Fausta 





Fotos - acervo de Orias Elias - revistas Amiga (Bloch Editores), Contigo (Editora Abril), Sétimo Céu (Bloch Editores), Romântica (Editora Vecchi), Melodias (Editora APA), Manchete (Bloch Editores), Cartaz (Rio Gráfica e Editora SA), Intervalo (Editora Abril), Ilusão (Editora Abril), O Cruzeiro (Diários Associados), Jornais Diário de São Paulo, Folha de São Paulo, Imprensa Oficial, Blog REVISTA AMIGA & NOVELAS (Césio Gaudereto), site TV Globo, Site Canal Viva, Cedoc (TV Globo), Banco de Conteúdos Culturais (www.bcc.org.br), Site Funarte,  sites diversos da Internet


Nenhum comentário:

Postar um comentário