segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

RUTH ESCOBAR ATRIZ E PRODUTORA, OUSADA E REVOLUCIONÁRIA

 Maria Ruth dos Santos nasceu no dia 31 de março de 1935 na cidade do Porto, em Portugal. Em 1951, aos 16 anos de idade, mudou-se para o Brasil e, anos depois, casou-se com o filósofo e dramaturgo Carlos Henrique Escobar, com quem viajou para a Europa, onde fez cursos de interpretação. Retornando ao Brasil, criou, com o italiano Alberto D'Aversa, a companhia Novo Teatro e atuou em montagens como "Mãe Coragem e Seus Filhos" de Brecht, em 1960, e "Antígone América", texto de seu marido, em 1962.

A carreira da protagonista de mais de 30 espetáculos não coube apenas no teatro e alargou-se pela produção cultural e ativismo político, entre episódios polêmicos.

Em 1964, ela investiu no teatro popular, levando um ônibus-palco à periferia de São Paulo, e abriu o seu próprio teatro, no bairro da Bela Vista, inaugurado com uma montagem de "A Ópera dos Três Vinténs", de Brecht, dirigida por José Renato Pécora.

Durante uma apresentação da peça "Roda Viva", de Chico Buarque de Holanda, dirigida por Zé Celso, em 1968, o teatro foi invadido por integrantes do CCC (Comando de Caça aos Comunistas), que destruíram o cenário, espancaram e prenderam os artistas

No fim da década de 1960, a atriz produziu –e protagonizou– alguns dos mais legendários espetáculos já encenados no País em qualquer época. Entre eles, "Cemitério de Automóveis", de Fernando Arrabal, que estreou em setembro de 1968 em uma velha garagem na Rua 13 de Maio, e "O Balcão", de Jean Genet, em 1969. As duas peças, surpreendentes pelo arrojo e vigor da encenação, foram dirigidas pelo argentino Victor García, que Ruth Escobar havia convidado para trabalhar no Brasil em 1967.

 A montagem brasileira de "O Balcão", apontada pelo próprio Genet como a melhor que seu texto recebeu em qualquer outra parte do mundo, subverteu até mesmo a arquitetura do teatro, que teve parte da plateia e mezanino destruídos para a obtenção de um vão livre de 20 metros de altura. A peça conquistou os principais prêmios de teatro naquele ano e fez de Ruth Escobar a vencedora do Troféu Roquette Pinto na categoria personalidade do ano.

Em 1974, quando realizou o primeiro Festival Internacional de Teatro, Ruth Escobar apresentou ao público criações de vanguarda inimagináveis para quem vivia sob a ditadura, entre eles, títulos de Grotowski, e Bob Wilson, dois dos maiores diretores do século 20, criadores de obras de grande plasticidade.

Sua militância política foi sempre marcante e ecoou com forte impacto por ocasião da morte do jornalista e preso político Vladimir Herzog, num discurso contundente e emocionado, clamando pela resistência e contra os abusos da ditadura militar reinante naqueles dias.

Em 1977, a atriz e produtora voltaria à cena como Ilídia em "A Torre de Babel", dirigida por Fernando Arrabal, o autor da peça. Em seguida esteve nos espetáculos “A Fábrica de Chocolate” e  “A Revista do Henfil”. Um de seus últimos trabalhos em teatro foi a peça "Relações Perigosas", de Heiner Müller, dirigida por Gabriel Vilela em 1990 e a produção do espetáculo “Os Lusíadas”, em 2001.

Nos anos 1980, Ruth Escobar foi eleita duas vezes deputada estadual e dedicou-se a trabalhos comunitários. A polêmica e ousada atriz, produtora e militante política morreu no dia 5 de outubro de 2017, aos 82 anos de idade, depois de vários anos sofrendo do mal de Alzheimer.

Ruth Escobar

Ruth Escobar

Ruth Escobar

Ruth Escobar
mm
Ruth Escobar

Ruth Escobar

Ruth Escobar

Ruth Escobar

Ruth Escobar

Ruth Escobar

Ruth Escobar

Ruth Escobar

Ruth Escobar

Ruth Escobar
Ruth Escobar

Ruth Escobar

Ruth Escobar

Ruth Escobar

Ruth Escobar com o encenador Bob Wilson

O revolucionário diretor Victor Garcia, trazido ao Brasil por Ruth Escobar


Ruth Escobar e Victor Garcia

Ruth Escobar com Bibi ferreira e Silvio de Abreu

Ruth Escobar com a atriz americana Shirley Maclaine

Ruth Escobar com o senador italiano Lelio Basso

Ruth Escobar na foto com Henrique César, Emílio Fontana, Sandro Polloni e Etty Fraser

Ruth Escobar com o encenador polonês Jerzy Grotowski

Ruth Escobar com o cantor e compositor Gonzaguinha

Ruth Escobar com o autor Jean Genet

Ruth Escobar com o presidente Fernando Henrique Cardoso

Ruth Escobar com a atriz Tônia Carrero e a primeira dama de São Paulo Lu Alkimin

Ruth Escobar com o ator e diretor Fernando Peixoto

Ruth Escobar com Rose Maria Muraro e Laura Civita


Ruth Escobar com Regina Duarte e a primeira dama Ruth Cardoso

Ruth Escobar com o ator Raul Cortez


Ruth Escobar em homenagem ao escritor espanhol Garcia Lorca em 1977

Ruth Escobar com Augusto Boal, Mauricio Vaneau ,Fernabdo Torres e Cacilda Becker 

Ruth Escobar com Bibi Ferreira numa leitura da peça Mulheres de Atenas, de Augusto Boal

Ruth Escobar com Dina Sfat e Raul Cortez
 
Ruth Escobar com Dina Lisboa na peça Lisístrata

Ruth Escobara na peça Lisístrata

Ruth escobar com Rita Lee e Michael Bogdanov em Os 2 Cavaleiros de Verona

Ruth Escobar e Jaime Barcelos na peça  O Casamento do Sr. Mississipi, de Friedrich Dürrenmatt, direção de Jô Soares. Teatro João Caetano, Rio de Janeiro, 1965

 A Ópera dos 3 Vintens

Ruth Escobar com Cleyde Yáconis e Riva Nimitz na peça As Furias (1966)

Ruth Escobar com Ednei Giovenazzi e Fúlvio Stefanini na peça O Versatil Mr Sloane
  
Cenário da grandiosa e legendária montagem de O Balcão, de jean Genet, produção de Ruth Escobar e direção de Victor Garcia

Ruth Escobar com Paulo César Pereio e Célia Helena na peça O Balcão

Ruth Escobar e Sérgio Mamberti na peça O Balcão

Ruth Escobar na peça O Balcão

Victor Garcia, diretor da na peça O Balcão

Ruth Escobar e Raul Cortez na peça O Balcão

Ruth Escobar na peça O Balcão

O grandioso cenário da  peça O Balcão

A peça Cemitério de Automóveis foi mais uma grande produção de Ruth Escobar 

Ruth Escobar na peça Cemitério de Automóveis

Cemitério de Automóveis

Ruth Escobar, a Duquesa desvairada na peça A Torre de Babel (1977)

Ruth Escobar na peça A Torre de Babel

Ruth Escobar na peça A Torre de Babel

Ruth Escobar na peça A Torre de Babel

Ruth Escobar na peça A Torre de Babel

Ruth Escobar na peça Caixa de Cimento

Ruth Escobar na peça Caixa de Cimento

Ruth Escobar na peça Caixa de Cimento
 
Ruth Escobar com Rolando Boldrin na peça Fábrica de Chocolate

Ruth Escobar com  José dumont, João José Pompeu e Rolando Boldrin na peça Fábrica de Chocolate

Ruth Escobar com José Dumont, João José Pompeu e Rolando Boldrin na peça Fábrica de Chocolate

Ruth Escobar na peça Fábrica de Chocolate

Ruth Escobar com  José Dumont na peça Fábrica de Chocolate

Rafael de Carvalho, Ruth Escobar, Sérgio Ropperto, Sônia Mamede e Paulo César Pereio na peça A Revista do Henfil

 Ruth Escobar e Sérgio Ropperto na peça  Revista do Henfil

mRevista do Henfil

Ruth Escobar e Luiz Guilherme na peça  Relações Perigosas

Ruth Escobar e Luiz Guilherme na peça  Relações Perigosas

Ruth Escobar - Biografia

Ruth Escobar



Fotos - acervo de Orias Elias - revistas Amiga (Bloch Editores), Contigo (Editora Abril), Sétimo Céu (Bloch Editores), Romântica (Editora Vecchi), Melodias (Editora APA), Manchete (Bloch Editores), Cartaz (Rio Gráfica e Editora SA), Intervalo (Editora Abril), Ilusão (Editora Abril), O Cruzeiro (Diários Associados), Jornais Diário de São Paulo, Folha de São Paulo, Imprensa Oficial, Blog REVISTA AMIGA & NOVELAS (Césio Gaudereto), site TV Globo, Site Canal Viva, Cedoc (TV Globo), Banco de Conteúdos Culturais (www.bcc.org.br), Site Funarte,  sites diversos da Internet






Nenhum comentário:

Postar um comentário