Uma
das grandes damas do teatro brasileiro, dotada de forte carisma cênico, ela
imprimiu às grandes personagens que interpretou um inegável toque de
pessoalidade. Em mais de 50 anos de carreira, a atriz marcou presença em mais
de 60 produções entre peças de teatro, filmes e produções televisivas. Aqui, um pouco de sua história:
Maria
Alice Monteiro de Campos Vergueiro nasceu na cidade de São Paulo no dia 19 de
janeiro de 1935. Membro da tradicional família Campos Vergueiro, com
antepassados influentes na política e nas artes, Maria Alice estreou
profissionalmente em A Mandrágora, montagem do Teatro de Arena em 1962, e
continuou trabalhando como professora de arte-educação até 1971. Entrou no
reestruturado Teatro Oficina, participando, em 1973, de O Casamento do Pequeno
Burguês, de Bertolt Brecht e numa viagem a Portugal participou da montagem de
Galileu Galilei, encenada por José Celso Martinez Corrêa no exílio, em 1975.
Dois
anos depois, fundou o Grupo Ornitorrinco, junto com Cacá Rosset e Luiz Roberto
Galizia, cuja primeira produção foi Os Mais Fortes, baseado em August
Strindberg e apresentado clandestinamente nos porões do Teatro Oficina,
rendendo-lhe seu primeiro Prêmio Molière como intérprete. Com o seu grupo,
Maria Alice apresentou Ornitorrinco
Canta Brecht e Weill; A Ópera do Malandro, de Chico Buarque; O Percevejo, de
Wladimir Maiakovski; O Lírio do Inferno, show com canções de Brecht e Kurt
Weill; O Doente Imaginário, de Molière; A Comédia dos Erros, de Shakespeare e O
Avarento, de Molière. Outros destaques de seu currículo são os espetáculos O
Gosto da Própria Carne, de Albert Innaurato; Katastrophé, reunião de quatro peças curtas de
Samuel Beckett, que lhe valeu o Prêmio Molière de melhor atriz do ano; Eletra Com Creta, pelo qual foi premiada pela
APCA; dirigiu e atuou em Dom Pirlimplim com Belisa em Seu Jardim, de Federico
García Lorca; Quíntuplos, de Luis Rafael Sanches; No Alvo, de Thomas Bernhard e
Mãe Coragem e Seus Filhos, de Bertolt Brecht.
No
cinema, Maria Alice atuou em "O Rei da Vela", dirigido por Zé Celso,
e também em quatro filmes de Sergio Bianchi: "Maldita Coincidência",
"Cronicamente Inviável", “Romance” e “Jogo das Decapitações”, além de
"Condomínio Jaqueline", de Roberto Moreira, “Perfume de Gardênia”, de
Guilherme de Almeida Prado e “Urubus e Papagaios”, de José Joffily Filho, entre
outros.
Maria
Alice foi, ainda, a protagonista de um dos primeiros vídeos virais do Brasil: o
divertido curta metragem "Tapa na Pantera", de 2006. Dez anos depois, em 2016, protagonizou o
curta-metragem “Rosinha”, dirigido por Gui Campos, premiado com mais de 40
prêmios nacionais e internacionais, inclusive o Prêmio Especial do Júri no 44º
Festival de Gramado.
Apesar
de declaradamente não gostar do veículo, Maria Alice também conquistou espaço
na televisão. Em 1987, participou da novela “Sassaricando", de Silvio de
Abreu e em 2007 da série “O Sistema", escrita por Fernanda Young e
Alexandre Machado. Sobre essas experiências ela afirmou: "A televisão pede
apenas um intérprete e eu sou uma artista brechtiana, preciso estar ligada no
todo. Tenho que saber o que estou falando, preciso estar, também, conivente com
o autor. É raro que isso aconteça na TV".
Seu
último trabalho na televisão foi em "Condomínio Jaqueline" de 2016.
Mesmo
com um sério problema de locomoção, a atriz continuou atuando em espetáculos
teatrais. Seu último trabalho no palco foi a peça Why The Horse?, em 2017.
A
grande musa do teatro underground morreu no dia 03 de junho de 2020 aos 85
anos, deixando seu nome gravado no panteão dos grandes nomes do teatro
paulista.
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Maria Alice Vergueiro |
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Maria Alice Vergueiro numa cerimonia do Prêmio APCA
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Maria Alice Vergueiro e Cacá Rosset na peça Lux In Tenebris (ECA-SP-1974)
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Maria Alice Vergueiro, Cacá Rosset e Roberto Galizia na peça Os Mais Fortes |
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Maria Alice Vergueiro na peça Mahagonny |
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Maria Alice Vergueiro na peça O Belo Indiferente |
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Maria Alice Vergueiro e Cacá Rosset na peça Teatro do Ornitorrinco Canta Brecht e Weill |
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Maria Alice Vergueiro na peça Medea |
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Maria Alice Vergueiro na peça O Doente Imaginário |
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Maria Alice Vergueiro na peça O Doente Imaginário
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Maria Alice Vergueiro na peça A Comédia dos Erros |
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Maria Alice Vergueiro na peça A Velha Dama Indigna |
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Maria Alice Vergueiro na peça A Velha Dama Indigna |
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Maria Alice com Cacá Carvalho na peça O Percevejo |
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Maria Alice-Cacá Rosset na peça O Avarento |
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Maria Alice, Cacá Rosset e Andrea Pozzi na peça O Avarento |
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Maria Alice Vergueiro na peça As Três Velhas |
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Maria Alice Vergueiro com Rosana Seligmann e Luciano Chirolli na peça O Amor de Perlimplim com Belisa em Seu Jardim |
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Maria Alice Vergueiro com a equipe da peça O Amor de Perlimplim com Belisa em Seu Jardim |
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Maria Alice Vergueiro na peça Mãe Coragem e Seus Filhos |
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Maria Alice Vergueiro com José Rubens Chasseraux na peça Mãe Coragem e Seus Filhos
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Maria Alice Vergueiro com Luciano Chirolli na peça Mãe Coragem e Seus Filhos
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Maria Alice Vergueiro com Manuel Candeias na peça Mãe Coragem e Seus Filhos
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Maria Alice Vergueiro com Jiddú Pinheiro na peça Mãe Coragem e Seus Filhos
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Maria Alice Vergueiro na peça Mãe Coragem e Seus Filhos
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Maria Alice Vergueiro na peça Mãe Coragem e Seus Filhos
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Maria Alice Vergueiro com Ileana Kwasinski na novela Sassaricando (TV Globo, 1987) |
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Maria Alice Vergueiro e Ileana Kwasinski foram as irmãs Abdalla, cunhadas do protagonista Aparício (Paulo Autran) na novela Sassaricando, escrita por Silvio de Abreu |
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Maria Alice Vergueiro na novela Sassaricando |
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Maria Alice Vergueiro no vídeo Tapa na Pantera |
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Maria Alice Vergueiro no vídeo Tapa na Pantera |
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Maria Alice Vergueiro com o diretor Gui Campos e os atores João Antonio e Andrade Júnior no curta metragem Rosinha (2016) |
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Maria Alice Vergueiro com os atores João Antonio e Andrade Júnior no curta metragem Rosinha (2016) |
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Maria Alice Vergueiro |
Fotos - acervo de Orias Elias - revistas
Amiga (Bloch Editores), Contigo (Editora Abril), Sétimo Céu (Bloch Editores), Romântica (Editora Vecchi), Melodias (Editora APA), Manchete (Bloch Editores), Cartaz (Rio Gráfica e Editora SA), Intervalo (Editora Abril), Ilusão (Editora Abril), O Cruzeiro (Diários Associados), Jornais
Diário de São Paulo, Folha de São Paulo, Imprensa Oficial, Blog REVISTA AMIGA & NOVELAS (Césio Gaudereto), site
TV Globo, Site Canal Viva, Cedoc (TV Globo), Banco de Conteúdos Culturais (www.bcc.org.br),
Site Funarte, sites diversos da Internet
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